Amamentação x Trabalho: o sentimento da mãe nesse momento
- Mariana Capel

- 26 de set. de 2022
- 2 min de leitura

Muitas gestantes sonham em amamentar, mas a maioria ainda fica centrada no tipo de parto. Ao iniciar a amamentação, as dúvidas aparecem, a romantização cai por terra e a demora em adequar a rotina de amamentação e tudo caminhar bem, pode acontecer. Até que chega o dia de retornar ao trabalho e a maioria sempre pensa: 'me superei e demorei tanto para conseguir amamentar, agora vou ter que parar'.
Você concorda com isso? acredita que trabalho e amamentação não combinam?
Muitas mulheres se preocupam com as condições de trabalho, como vão conseguir ordenhar leite, armazenar o mesmo e conseguir levar até seu bebê sem que isso interfira nas condições adequadas do leite para oferta, além disso, também pensam na possibilidade de correr o risco de passar por constrangimentos em relação à exposição, mamas ingurgitadas e que podem vazar e molhar a roupa, enfim, as preocupações não param por ai.
Estudos mostram alguns fatores que preocupam as mulheres em relação a amamentação e retorno ao trabalho, como:
- trabalho noturno;
- extensa jornada de trabalho;
- falta de interesse por parte das empresas quanto às políticas do Aleitamento Materno;
- apoio financeiro das empresas não condizem com a realidade de valores de creches e berçários;
- inflexibilidades no trabalho;
- desaprovação dos colegas de trabalho quanto ao tempo destinado à ordenha;
A falta de conscientização das empresas sobre a importância da amamentação ou a falta de execução das leis trabalhistas que existem para a proteção do aleitamento materno são comuns. A maioria das empresas se preocupam apenas na disponibilidade da mulher e sua produtividade ao retornar, além disso, o estudo confirma que a sobrecarga de papel em ser mãe e funcionária competente contribui para o desmame.
"Denota-se a importância de um processo educativo envolvendo a tríade mulher-família-empregador visando prevenção do desmame entre mulheres trabalhadoras. Tal atitude irá minimizar dúvidas e receios frente à amamentação, deixando-os cientes sobre seus direitos e deveres e preparando-os para a continuação do AM após o retorno ao trabalho."
É preciso mais informação de qualidade, para ambas as partes, tanto as mulheres, que podem se empoderar sobre o assunto e exigir melhores condições de trabalho ao retornar de sua licença maternidade, quanto as empresas, em aceitar e entender a situação, e que mulheres podem sim, se eficientes, produtivas e desempenhar seu papel profissional ainda melhor depois de ter se tornado mãe, basta se sentirem seguras de que o melhor alimento de seu filho, até os 6 meses de vida, esteja seguro e disponível para ele.
SILVA, C.A.; DAVIM, R.M.B. Mulher trabalhadora e fatores que interferem na amamentação: revisão integrativa. Rev. RENE, n.13, vol.5, pag 1208-1217, 2012.

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